Na educação infantil, o vínculo criado entre os pequenos e seus professores é tão importante quanto o projeto pedagógico e a estrutura da escola, por exemplo. A construção de uma relação afetiva acolhedora faz com que a criança se sinta segura e disponível para as atividades que a escola propõe. Por consequência, seu desenvolvimento acontecerá de maneira natural e saudável.
No comecinho da infância, o apego das crianças é dedicado aos pais e familiares. Quando ela vai crescendo, naturalmente, amplia os laços de apego para outras pessoas, isto é o vínculo. Neste processo, os professores se tornam queridos para os pequenos. Este comportamento está baseado na Teoria do Apego, desenvolvida por John Bowlby, que descreve como os primeiros vínculos de um indivíduo podem moldar as expectativas futuras dele sobre si e sobre o mundo.
Quando a criança gosta de ir à escola ela tem o vínculo estabelecido. O vínculo permite a sensação de proteção e conforto para a criança e os professores se tornam mediadores afetivos no espaço escolar, promovendo uma adaptação mais rápida e feliz.
Quando há vínculo entre a criança e seus professores há também espaço para que estes profissionais medeiem experiências de aprendizagem. Estímulos para socialização, habilidades motoras, talentos artísticos e contato com a língua são conhecimentos adquiridos com mais facilidade por intermédio do afeto, do vínculo. Porque para aprender, a criança precisa se sentir protegida e acolhida.
“A proximidade com o professor faz com que a criança o tenha como modelo e queira ser como ele. E o que esse professor quer ensinar tem relevância – não é qualquer um que está ensinando, é o professor que a criança gosta”, afirma Maria Isabel Pedrosa, professora das Faculdades de Educação e Psicologia e da pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Referência: Revista Educação